orgulhar.
outro dia eu chorei pensando na vida de quem veio antes, de quem infelizmente não teve a oportunidade de amar e ser quem é.
de quem não pôde ouvir o corpo da alma e poder se transformar e virar quem realmente é. não que tenha faltado coragem, mas um exemplo, uma luz dizendo que estava tudo bem seguir este caminho.
muito tenho chorado pensando em alguns que se foram tentando amar, mesmo que em um encontro casual.
penso no corpo de outrem, de quem sente o interno explodir e o se descobre em manifesto. viver é manifestar o amor, mesmo que por si.
lavo meu rosto, sinto o olho inchado, não encaro o reflexo no espelho, evito pensar na criança da escola, nas pernas doloridas de tanto correr, da cabeça prensada na parede.
não sabia que falar português corretamente com nove anos era sinal de que eu era viado.
mês do orgulho, ô cacete, ô perereca, ô ânus liberado. tem muito chão ainda.