“but the arms of the ocean…” lembra?
Bom, eu lembrei hoje. Lembrei de certos momentos quando éramos dois solitários na capital mineira, sonhando com uma vida completamente diferente da que vivíamos. Lembrei.
O sonho ficou completamente amargo com os anos, o doce do morar sozinhos no meio da pedra transformou nós dois em seres completamente descrentes no que era pra gente torcer a ferro e fogo. Mas colocamos o ferro e fogo contra nós mesmos.
O fato é: você foi o meu primeiro namorado, o primeiro quem eu quis mostrar pra família inteira, bater no peito e etc. Não bati. Me sinto mal até hoje por isso, pois você bateu. Fica por outra hora.
Você foi o primeiro, o que a Florence Welch falava que era o que valia a pena, o que mesmo depois de uma briga tempestuosa, eu acreditava que daria certo. Afinal, você era o primeiro. Vamos combinar, a gente se encontrou no meio do nada, numa quarta-feira chuvosa, você procurando outra pessoa e eu sem rumo. Nossos barcos se cruzaram em uma tempestade, e se foram em outra.
Eu não te culpo, viu? Nem muito menos eu me culpo, afinal, quem sou eu pra me odiar, né, não nasci na década de 90 a toa, já basta toda a geração de millennial se culpar por si própria, chega. Nós dois erramos dois impetuosos, dois impulsivos, dois furacões juntos, não era pra dar certo. De jeito nenhum.
Aprendi com você, agradeço. Espero que esteja bem, onde estiver.